AUTOMUTILAÇÃO : PAIS FIQUEM EM ALERTA !!!!
Cada vez mais chega na clinica com crianças e adolescentes casos de automutilação. Em um trabalho voluntário de plantão psicológico que fiz em uma escola pública de Natal – RN em 2017/2018, posso dizer que em cerca de 100 alunos atendidos a grande maioria apresentava um histórico de automutilação. Algumas vezes por “ter visto na internet” ou para fazer igual a outros colegas. Essa é uma questão de saúde publica e merece atenção. Outro ponto que chamou a atenção nesse público foi a falta de dialogo nas famílias, relações fragilizadas, pais ausentes ou falecidos, além de alguns casos de consumos de álcool e outras drogas ilicitas.
O self injury (autoferimento), cutting ou automutilação não suicida diz respeito a lesões feitas intencionalmente em si próprio que não têm o objetivo de causar a morte. Exemplos incluem arranhões superficiais, cortes ou queimaduras na pele (pontas de lápis ou canetas, giletes, cigarros ou ferro de ondulação de cabelo), bem como facadas e socos autoinfligidos, bater a cabeça na parede e esfregar a pele repetidamente com uma borracha. As formas são variadas. Alguns jovens escondem usando roupas compridas, outros deixam a mostra ou ainda mostram para algumas pessoas mais proximas.
É um comportamento de risco que pode estar permeado por ideações suicidas. Dificuldades de adaptação, lutos não elaborados, impulsividade, instabilidade emocional, baixa autoestima, não aceitação do corpo, podem levar a esse comportamento. Outros fatores que podem aumentar o risco de suicídio incluem:
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Automutilar-se com frequência
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Utilizar vários métodos para se automutilarem
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Sentir-se menos conectado socialmente a terceiros, especialmente com os pais
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Sentimento de que a vida faz pouco ou nenhum sentido
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Procurar assistência de saúde mental com frequência
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Ter ideação suicida
O tratamento indicado é terapia URGENTE (sim, é preciso um acolhimento e lugar de fala, uma escuta profissional) e acompanhamento medicamentoso prescrito por médico Psiquiatra. Alguns pais tem resistência ao tratamento porém assim teremos ganhos a nivel de estabilidade emocional. Temos que quebrar esse preconceito com a saúde mental. Quando se está doente procuramos o médico. Então, quando não estamos bem emocionalmente procuramos Psicólogo e Psiquiatra. O médico irá ajustando a medicação de acordo com a evolução do tratamento.
A familia deve estar atenta a qualquer mudança de comportamento de seus filhos. Em caso de cutting, seguem algumas dicas, porém NADA SUBSTITUI O TRATAMENTO MÉDICO.
1 – Incentive a pratica de esportes, atividades físicas em geral
2 – Ajude a melhorar a rotina incluindo coisas novas para fazer
3 – Tente que o jovem não veja tantas noticias ou temas na internet ou tv que tenham um conteúdo negativo, violento ou agressivo. Ajude-o a focar no presente.
4 – Ter um diário para que possa escrever tudo que o angustia. Incentive que o jovem antes de se machucar escreva a li o que sente.
5 – Desenhar, cantar, dançar, pintar…atividades expressivas que possam canalizar os sentimentos negativos
6 – Em picos de ansiedade tentar controlar a respiração com exercícios pode ajudar. Pare/pense/respire.
7 – Procure estar mais proximo de seu filho, converse, acolha. Veja que pessoas da familia ou amigos podem estar mais próximos e conversar em momentos de angustia.
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PREVENÇÃO AINDA É A MELHOR SOLUÇÃO. TERAPIA PODE AJUDAR PARA QUE NÃO HAJA ESSE PROGNÓSTICO. SAÚDE MENTAL É CUIDADO.